Com o preço do café chegando perto dos R$ 50, um novo produto tem ganhado espaço nos supermercados: o "pó sabor café", apelidado de "café fake". Ele custa menos e imita embalagens de marcas famosas, o que pode confundir os consumidores.
Apesar da aparência similar, esse produto não é o tradicional pó de café. Muitas versões são feitas de cevada, milho ou até casca do fruto do café, um componente considerado impureza. Além disso, algumas fórmulas incluem aromatizantes para imitar o sabor do café, tornando-se produtos ultraprocessados.
Falta de transparência na composição
Uma das principais críticas ao "café fake" é a falta de clareza nos rótulos. Em muitos casos, a informação de que se trata de um "pó sabor café" aparece em letras pequenas, enquanto a embalagem destaca imagens de xícaras e grãos de café, reforçando a confusão.
A legislação brasileira permite até 1% de impurezas naturais no café tradicional, como galhos e folhas. No entanto, elementos estranhos, como grãos de outras espécies, corantes e açúcar, são proibidos. O problema é que, no caso do "pó sabor café", não há uma regra clara sobre a quantidade de café real no produto — ou se ele sequer contém café.
Risco de engano para o consumidor
Especialistas alertam que muitas dessas marcas exploram a semelhança com o café tradicional para atrair compradores desavisados. Algumas até escolhem nomes parecidos com os de marcas famosas.
A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) já pediu uma regulamentação mais rígida para evitar que esses produtos sejam confundidos com café puro. Enquanto isso não acontece, o consumidor precisa ficar atento aos rótulos para não levar para casa um produto diferente do esperado.
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fonte: G1
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