@Fonte: Site Novo Rural
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem monitorado a ocorrência de estiagem no Rio Grande do Sul, que desde a segunda quinzena de dezembro afeta a produção de milho, soja, uva e outras culturas em desenvolvimento. Neste mês, está prevista a ida de técnicos ao Estado para verificar as condições das lavouras afetadas.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgãos vinculados ao Mapa, estão monitorando diariamente a plantação e o regime de chuvas. Pelos dados, já foi registrado início de precipitações em áreas afetadas pela estiagem, como a Região das Missões.
Até o momento, produtores do Estado comunicaram 5.551 avisos de sinistros para as companhias seguradoras e instituições financeiras que operam o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) e o Proagro, conforme levantamento feito pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa. A maioria dos avisos está relacionada à seca. O volume de comunicados é considerado significativo em virtude do curto período de tempo, conforme avaliação da Secretaria.
Dados das seguradoras mostram que foram 2.829 acionamentos do seguro rural. Do total, 291 foram para o milho, 1.320 para a uva e 1.218 para vistoria de lavouras de soja (boa parte para replantio).
No Proagro, foram registrados 2.722 comunicados de perdas, sendo 1.824 em milho, 529 em soja e 369 no feijão.
Contratação de seguro e Proagro
O levantamento da Secretaria, com dados das principais instituições financeiras do Rio Grande do Sul que operam o crédito rural, mostra também que os produtores contrataram Proagro ou seguro rural como mitigadores dos riscos de perdas de produção em caso de adversidades climáticas.
A área plantada de milho no Rio Grande do Sul foi de 791,4 mil hectares com 46% financiada com crédito rural. Dos 5,9 milhões de hectares plantados de soja, 38% foram com financiamento do crédito rural. Ao analisar os mitigadores de risco para a área total plantada (das duas culturas), 41% e 50%, respectivamente, tiveram a contratação de Proagro ou seguro rural.
Apesar da elevada contratação dos seguros, que protegem os produtores de renegociação de dívidas devido às perdas da produção, o mesmo comportamento não se verifica nos estabelecimentos rurais que estão operando fora do sistema de crédito rural, com exceção de algumas frutas.
Subvenção ao Seguro Rural
O Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) apoiou também a contratação de 7.505 apólices dos produtores de uva do Estado em uma área de 27,9 mil hectares, que representa 59% da área. Neste caso, as companhias seguradoras receberam até começo de janeiro 1.320 avisos de sinistros.
Em 2019, o Mapa disponibilizou R$ 440 milhões para a contratação de seguro rural. O Rio Grande do Sul respondeu por 20,4% do valor de subvenção ao prêmio (R$ 89,94 milhões), que possibilitou a contratação de 18.838 apólices para uma área de 926 mil hectares e R$ 3,4 bilhões em valor segurado.
Para as atividades que neste momento estão sendo mais afetadas pela seca no Estado, foram contratadas no total 13.758 apólices para milho, soja, uva, maçã e feijão, com valor segurado de R$ 2,5 bilhões numa área de 655 mil hectares. O Rio Grande do Sul é vice-líder na contratação de seguro rural depois do Paraná, que teve 29,6% de participação no PSR. Em 2020, a meta do Ministério da Agricultura é disponibilizar R$ 1 bilhão no apoio ao seguro rural.
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